Uma pesquisa em 2010 comprovou que pessoas com QI elevado possuíam mais chances de se tornarem esquizofrênicas, ou seja, perderem o contato com a realidade. Talvez seja por isso que tantos músicos únicos e geniais, das suas próprias maneiras, sofram com essa doença. Como foi o caso célebre de Brian Wilson, grande gênio por trás das intrincadas e belas melodias do Beach Boys. Depois de Pet Sounds (1966), o mundo da música parecia polarizado entre Beatles e o som da banda de Wilson, mas, na tentativa de fazer o melhor disco de todos os tempos, Wilson se perdeu e acabou abandonando o projeto do disco Smile, lançado apenas recentemente, quarenta anos depois. Veja outros exemplos a seguir:
Syd Barrett (na foto, o terceiro, da esq. para dir.) foi simplesmente um dos fundadores do Pink Floyd. Com a banda, contudo, ele lançou apenas The Piper at the Gates of Dawn (1967) e A Saucerful of Secrets (1968). Ele acabou saindo da banda, por abuso de drogas e bebidas. Seu quadro de esquizofrenia piorou e ele acabou nunca conseguindo se firmar como artista solo. Syd morreu em 2006, aos 60 anos.
James Beck Gordon, ou Jim Gordon, foi um dos maiores bateristas da sua geração, nos anos 60 e 70. Ele tocou com o Derek and the Dominos (foto), participou das principais gravações de John Lennon, Beach Boys, Jack Bruce, Alice Cooper, B.B. King, Tom Petty, Phil Spector, Frank Zappa, entre tantos outros. Na década seguinte, contudo, a esquizofrenia se acentuou e ele passou a ouvir vozes. Em um fim trágico, o músico acabou matando a própria mãe, em 1983, e foi condenado a prisão.
O trompetista Tom Harrell teve a esquizofrenia detectada ainda no fim dos anos 60. Trata-se de um caso de esquizofrenia paranoica, o que o atrapalha bastante, no palco e fora dele. Ainda assim, são mais de 200 discos, ente trabalhos solo e participações.
Fundador do Fleetwood Mac, Peter Green ainda tocou com gente como Santana, Judas Priest, Aerosmith e Tom Petty, mas seus problemas mentais se agravaram em meados dos anos 70, quando ele precisou ser internado. Ele passou por tratamentos de eletrochoque.
Vocalista do Moby Grape, Bob Mosley deixou a banda em 1969, logo depois do lançamento de Moby Grape '69, quando os primeiros sintomas de esquizofrenia apareceram. Mosley se afundou até o ponto de ir morar na rua, de onde foi resgatado pelos ex-companheiros de Moby Grape, em 1996.
Alexander Lee "Skip" Spence, assim como Mosley, também ajudou a fundar o Moby Grape, mas não teve a mesma sorte que o companheiro. Skip lançou apenas um disco solo, Oar (foto), gravado durante sete anos, completamente sozinho. O disco, uma obra prima que mostrava seu grau de confusão e dor, tornou-se célebre e, quando o artista morreu, em 1999, aos 52 anos, vitima de um câncer de pulmão, artistas como Robert Plant, Tom Waits, Mudhoney, Mark Lanegan e Beck regravaram o trabalho, em forma de tributo.
Cantor, compositor e artista, Wesley Willis morreu aos 40 anos, em 2003. Seu trabalho, contudo, foi marcado pela ácida crítica e um humor inteligente e bastante presente. Willis chegou a ser internado por dois meses, ao ser diagnosticado com paranoia e esquizofrenia. Ele dizia receber a visita de demônios.
Talvez o nome e a foto ao lado não ajudem a lembrar-se quem é Nathaniel Ayers. A história dele, um músico esquizofrênico encontrado por um jornalista, foi adaptada para o cinema sob o nome de O Solista, em 2009, onde ele foi muito bem interpretado por um inspirado Jamie Foxx – Robert Downey Jr. interpretou o jornalista.
O último da lista é Daniel Johnston, um músico promissor, que chegou a ser chamado de “Bob Dylan de uma nova geração indie”, afetado por não saber lidar com a perda de um grande amor e com as frustrações da vida adulta. Suas melodias trazem candura e inocência, ainda que elas escondam uma visão pessimista do mundo.
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