segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Arteterapia é apoio para esquizofrênicos


Patricya Travassos conversa no programa "Alternativa Saúde" com a psicóloga Sonia Tommasi, que trabalha com arteterapia para pacientes portadores de esquizofrenia. Com o objetivo de libertar o doente do sofrimento causado pela psicose e também pelo preconceito, ela acredita que a arteterapia é um processo terapêutico prazeroso em que o paciente pode se expressar, sentindo-se respeitado como indivíduo. Segundo ela, é uma fonte de acolhida, como a família. "É preciso compreender que o doente muitas vezes está envolvido com outros pensamentos", diz. Assista a um trecho do vídeo da entrevista no seguinte link:

http://gnt.globo.com/bem-estar/materias/arteterapia-e-apoio-para-esquizofrenicos.htm


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Crenças que fazem mal

Lidar com o diagnóstico de uma doença grave pode ser mais fácil quando se busca entendimento e aceitação da situação.

O diagnóstico de uma doença grave costuma cair como uma bomba na vida do paciente e daqueles que estão próximos. Por mais equilíbrio emocional que a pessoa tenha, não raro a notícia deflagra sentimentos angustiantes e a sensação de desamparo. Em alguns casos, esses estados de espírito chegam imediatamente; em outros, demoram algum tempo para aparecer, mas nem por isso são menos desconfortáveis ou requerem menos atenção. Considerando que a ansiedade tem caráter antecipatório e seu principal sintoma seja o medo, é compreensível que apareça justamente como algo assustador (e nem sempre possível de controle) em nossa vida.

Não há receita única e infalível para se haver com o desconforto, mas ter a ajuda de um psicólogo (e em muitos casos de um psiquiatra que possa receitar medicamentos necessários) pode ser decisivo. Além disso, porém, algumas predisposições para rever valores e crenças fazem enorme diferença. Em primeiro lugar, e em vez de recriminação, ajuda muito buscar entendimento e aceitação da situação, sem perder tempo e energia procurando culpados. O psicólogo Robert L. Leahy, diretor do Instituto Americano de Terapias Cognitivas, ex-presidente da Associação Internacional de Terapia Cognitiva e Comportamental, nos Estados Unidos, sugere alguns pontos que valem a pena ser questionados. Veja as imagens abaixo:


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Esquizofrenia de início na infância

Esquizofrenia de início precoce (esquizofrenia infantil) - EI

EI é uma forma rara e grave de esquizofrenia caracterizada pelo início de sintomas psicóticos antes dos 12 anos, onde se acredita que há um componente hereditário mais forte na etiologia da doença.
Crianças diagnosticadas com esquizofrenia têm taxas maiores de anormalidades do desenvolvimento inespecíficas marcadores do prejuízo precoce no neurodesenvolvimento.
Estudos recentes de imagem nos dão dados que sugerem redução do giro cingular cerebral com a idade, e ausência  da redução normal da assimetria entre os volumes dos hemisférios direito e esquerdo  dos giros cingulares cerebrais.
Estas alterações estruturais são hipoteticamente relacionadas ao neurodesenvolvimento anormal que influenciam na atenção e regulação das emoção que são característicos de alguns prejuízos cognitivos na psicose.
É uma síndrome rara, que acomete uma criança a cada 10.000 (em adultos atinge 1 adulto em cada 100). Entre os 13 e 18 anos a prevalência é maior do que antes dos 12 anos.
Alguns critérios fundamentais do diagnóstico são os mesmos do diagnóstico em adultos (ver esquizofrenia), mas altas taxas de doenças co-mórbidas  ou sintomas co-mórbidos  incluem transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos depressivos e ansiedade de separação em crianças com EI.
Fatores de stress psicossocial são importantes no curso da esquizofrenia e podem possivelmente interagir com fatores de risco biológicos no surgimento do distúrbio.
Crianças diagnosticadas com EI apresentam déficits neuropsicológicos importantes com uma grande gama de alterações na função cerebral, incluindo atenção, memória e funções executivas.
Alterações semelhantes têm sido encontradas em adolescentes e adultos com esquizofrenia, entretanto, crianças com EI apresentam  alterações mais significativas nas escalas de QI (quociente intelectual), memória e testes de avaliação de habilidades de percepção e motricidade do que os adolescentes e adultos.
As alterações acima  sugerem que estes déficits podem não ser uma sequela do transtorno, mas são marcadores de disfunção cerebral mesmo ANTES do início da psicose.
Um estudo comparando a gravidade dos déficits neurocognitivos entre adolescentes e adultos concluiu  que , embora déficits neurocognitivos maiores sejam encontrados em crianças com EI, o aprendizado de determinadas habilidades cognitivas que influenciam o trabalho, memória e atenção podem ocorrer na adolescência.
A apresentação clínica da esquizofrenia, levando em conta o nível de desenvolvimento  da criança, torna-se semelhante com o avanço da idade.
A esquizofrenia em  crianças pré-púberes inclui a presença de pelo menos dois dos seguintes sintomas: alucinações, delírios, fala grosseiramente desorganizada, comportamento desorganizado ou severo abando no das atividades sociais ou acadêmicas  por pelo menos um mês –pelo CID 10 e por 6 meses pelo DSM IV.
Antes da década de 60 o termo psicose infantil era aplicado a um grupo heterogêneo de distúrbios invasivos do desenvolvimento, sem alucinações e delírios. 
 Nos anos 70, crianças com evidência de um  profundo distúrbio psicótico com retardo mental, disfunção social e prejuízo da linguagem importante e sem história familiar e esquizofrenia. 
Nas crianças cuja psicose apareceu após os 5 anos, entretanto, alucinações auditivas, delírios, afeto inadequado, alterações do pensamento e inteligência normal eram comuns nestas jovens crianças com história familiar de esquizofrenia, ao contrário dos distúrbios acima, que passaram a ser classificados na década de 80 com o transtornos invasivos do desenvolvimento (TID) ou autismo (ver texto sobre autismo neste site).
Crianças com autismo têm prejuízo em múltiplas áreas das funções adaptativas iniciadas geralmente antes dos três anos de idade – a esquizofrenia infantil, por definição  ocorre após os 3 anos de idade.
EPIDEMIOLOGIA – Raríssima, acomete uma em cada 10.000 crianças. Em adolescentes acomete uma a duas crianças em cada mil e um em cada 100 adultos.
Crianças do sexo masculino apresentam  mais chance  de diagnóstico, com uma razão de 1,67 menino para cada menina com EI.
Meninos são diagnosticados mais precocemente do que meninas.- 0,1 a 1% apresentam os sintomas antes dos 10 anos e 4% dos casos após os 15 anos de idade.- A prevalecia vai aumentando de forma importante com o avanço da idade.- A esquizofrenia raramente é diagnosticada em crianças com menos de 5 anos-
Sintomas psicóticos geralmente surgem de forma insidiosa, gradativa e os critérios diagnósticos vão se preenchendo ao longo do tempo. Ocasionalmente o o início da EI é repentino e ocorre em uma criança com bom funcionamento psíquico.
A EI pode ser diagnosticada em uma criança com dificuldades crônicas que experimenta uma piora significativa.
 A prevalência de esquizofrenia entre pais de crianças com EI é de 8%, o que é mais do que o dobro da prevalência entre pais de esquizofrênicos com inicio da doença na idade adulta.
Transtorno de personalidade esquizotípico é semelhante à esquizofrenia no afeto inadequado, pensamento mágico excessivo, crenças falsas, isolamento social, idéias de referência e alterações da sensopercepção,c como ilusões (mas não alucinações).
ETIOLOGIA – 80% relacionada a herança genética.DIAGNÓSTICO E ACHADOS CLÍNICOS – Todos os sintomas encontrados na esquizofrenia de inicio em adultos podem aparecer nas crianças acometidas.-
O inicio, frequentemente é insidioso: após a primeira demonstração de alteração do comportamento ou afeto inadequado, a criança leva de meses a anos para preencher todos os critérios de EI. -
Crianças que eventualmente preenchem os critérios para EI são socialmente rejeitadas e têm redução das habilidades sociais. Eles podem ter história de perdas de marcos do desenvolvimento neuropsicomotor e habilidades escolares, apesar de inteligência normal. - Apesar de crianças com
Autismo e EI apresentarem histórias similares, crianças com EI geralmente têm inteligência normal e não preenchem critérios para transtorno invasivo do desenvolvimento.
Pelo Manual De Diagnóstico e Estatística 4ª versão Revisada (DSMIV-TR), uma criança com EI apresenta deterioração da função, durante  o surgimento dos sintomas psicóticos ou a criança nunca atinge o nível esperado de funcionamento psíquico :
  • sintomas nucleares (dois ou mais dos seguintes por um mês de duração)
         Delírios  
 Alucinações 
 Fala desorganizada (incoerente ou delirante)        
 Comportamento desorganizado ou catatônico  
 Sintomas negativos (afetor raso, alergia ou avolição)
(Obs: se o delírio for bizarro ou as alucinações são vozes comentadoras ou difamatórias ou dialogantes, apenas um dos critérios acima é exigido).
  • Disfunção Social /ocupacional – prejuízo nas relações de escola, trabalho, auto cuidado, ou acadêmico
  • Duração: pelo DSM IV – 6 meses de sintomas (pelo CID 10, utilizado no Brasil – u mês com os sintomas).
  • Exclusão de transtorno esquizoafetivo ou do humor (mania, depressão psicótica).
  • Exclusão de condição médica (delirium/uso de substâncias)
  • Se há o diagnóstico de autismo ou TR. Invasivo do desenvolvimento , o diagnostico de esquizofrenia só ocorre se existem delírios ou alucinações também presentes.
Alucinações auditivas ocorrem comumente em criança com esquizofrenia e podem ser percebidas a partir dos  4 anos de idade e relatadas pelos clientes. As crianças podem ouvir várias vozes difamatórias, de comando ou dialogando. As vozes podem ser bizarras, identificadas como “ um computador em  minha mente”, extra-terrestres ou a voz de algum familiar.  
Alucinações visuais acometem um significativo número de crianças com esquizofrenia e geralmente são assustadoras – as crianças vêem demônios, esqueletos, faces assustadoras ou criaturas do espaço. Alucinações visuais fóbicas transitórias também ocorrem em crianças traumatizadas que não são psicóticas.
Delírios (alteração do pensamento, “falsa crença”) estão presentes em mais de metade das crianças com esquizofrenia e se apresentam vários conteúdos: perseguição, megalomania e misio. A freqüência dos delírios aumenta com a  idade.
Afeto embotado ou inadequado aparece quase universalmente nas crianças com EI.Podem apresentar risos ou gritos imotivados, além de solilóquios (conversar sozinho, como se houvesse alguém perto) sem serem capazes de explicar por que o fazem.
Alterações da forma do pensamento ocorrem como: perda dos laços associativos, bloqueio de pensamento, alogia, pensamentos controlados, roubo de pensamento, eco de pensamento.
Ao contrário de adultos, crianças com Esquizofrenia falam menos do que controles com inteligência comparada, e são ambíguas no modo de se referirem a pessoas, objetos e eventos.
Crianças sem TR. Mental tentam corrigir, revisar ou adequar sua linguagem quando não são compreendidas. Crianças com esquizofrenia apresentam déficits nesta área a comunicação e  linguagem, onde predominam os sintomas negativos.
O fenômeno central na esquizofrenia parece ser o mesmo em todas as idades, mas o nível de desenvolvimento neuropsicológico de uma criança influencia na apresentação dos sintomas. Delírios de crianças mais novas são menos elaborados, desta forma.
Há prejuízos no funcionamento psicomotor, visoespacial e déficits na atenção.


EXAMES COMPLEMENTARES E LABORATORIAIS – NÃO há nenhum teste clínico específico atualmente capaz de identificar a esquizofrenia infantil ou em adultos. O diagnóstico é clínico, ou seja, baseia-se na entrevista com o médico psiquiatra.
 Alguns estudos de neuroimagem (tomografia, ressonância, SPECT (tomografia por emissão de fóton único), PET  e neuroimagem funcional) sugerem que crianças com EI apresentam redução no volume da área cingular cerebral e uma ausência da redução normal da assimetria direita-esquerda do volume dos hemisférios cerebrais (giro do cíngulo anterior).
Alta incidência de complicações na gravidez e no nascimento têm sido relatadas na história de crianças com esquizofrenia, mas nenhum fator de risco foi alocado à doença.
Eletroencefalograma não tem a menor utilidade diagnóstica em esquizofrenia.Há dados que sugerem que Hiperporlinemia altera o cromossomo 22q11 no transtorno esquizoafetivo infantil, mas não na esquizofrenia infantil.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL : Autismo, transtorno bipolar, depressão psicótica, transtornos invasivos do desenvolvimento, síndrome de Asperger, psicose induzida por drogas, psicose orgânica.

CURSO E PROGNÓSTICO – O nível de funcionamento psíquico e o QI (quociente intelectual ) da criança antes do inicio dos sintomas é fator importante de melhor prognóstico, assim como  a idade de início, a resposta a medicamentos, como a criança se comportou após o primeiro surto (ou seja, se voltou ao funcionamento anterior ou perdeu habilidades cognitivas), e o suporte familiar.
- Crianças com atraso no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem, QI muito baixo e comportamentos pré-mórbidos disfuncionais como TDAH E TR. Conduta parecem responder pior ao tratamento e parecem ter pior prognóstico.-
Num estudo de coorte acompanhando crianças com esquizofrenia iniciada antes de 14 anos, os piores prognósticos ocorreram nas crianças cuja doença se iniciou antes dos 10 anos e com transtorno de personalidade pré-existente.
- O acompanhamento de crianças que receberam o diagnóstico de EI mostra que um terço das mesmas foram diagnosticadas como bipolares na adolescência, e pacientes com TR. Bipolar tipo I têm melhor prognostico do que crianças com esquizofrenia.
O suporte familiar, a redução de críticas e oposição e envolvimento familiar são fundamentais  para um melhor prognóstico.
A esquizofrenia de início na infância parece ser um tipo de esquizofrenia com maior gravidade com uma grande falha a resposta medicamentosa e intervenções psico-sociais. Sintomas positivos como alucinações e delírios respondem melhor à medicação do eu os negativos, como  descuido de auto-cuidados.
TRATAMENTO – Apoio multidisciplinar, com farmacoterapia, educação familiar, intervenções no contexto social e familiar e educação com saúde.
Estudos sugerem que em adolescentes a intervenção precoce durante os períodos  com antipsicóticos  e suporte psicossocial podem melhorar muito os sintomas e adiar ou prevenir o avanço da doença para os quadros mais graves.
- é importante que seja feita uma boa investigação cínica para o reconhecimento dos estados prodrômicos para que haja benefícios da intervenção precoce.
- Crianças costumam responder pior aos antipsicóticos do que adolescentes e adultos.
- Educação familiar e intervenções na família são fundamentais para maximizar o nível de apoio que a família pode oferecer ao paciente.
- Educação adequada à criança é fundamental, uma vez que há dificuldades no relacionamento interpessoal, déficits de atenção, e dificuldades acadêmicas.
FARMACOTERAPIA – - Os antipsicóticos atípicos (antagonistas dopaminérgicos e serotoninérgicos) são a mediação de primeira linha atualmente (Risperidona, Clozapina e Olanzapina).
Estes medicamentos diferem dos antipsicóticos típicos (antagonistas de dopamina (D2) por sua ação nos receptores de serotonina.
Teoricamente são mais eficazes na redução de sintomas positivos e negativos e apresentam menor risco de efeitos extrapiramidais.
 - Quetiapina , Ziprasidona e Aripiprazol são outros antipsicóticos atípicos utilizados em crianças que não respondem aos antipsicóticos atípicos citados na linha anterior.
- Há poucos estudos utilizando antipsicóticos atípicos em crianças e são necessários mais estudos randomizados e ensaios clínicos nestas populações.
- Um estudo duplo cego, randomizado de 8 semanas recente, controlado, comparou a eficácia e segurança da clozapina e olanzapina em crianças previamente refratárias a outros antipsicóticos e acompanhadas por 2 anos utilizando a escala de sintomas positivos e negativos.
  clozapina se mostrou muito superior a olanzapina no alivio dos sintomas negativos, porém foi associada a mais anormalidades liídicas e convulsão em um paciente, além de ter que ser feito o hemograma semanal pelo aumento do risco de agranulocitose.
- Vários estudos recentes demonstraram ser a risperidona tão efetiva quanto os antipsicóticos típicos (haldol/haloperidol), com menos efeitos colaterais em adolescentes e adultos jovens. Em crianças, porém, há poucos casos e estudos na literatura.
 A risperidona pode causar ganho de peso, reações distônicas e galactorreia, além de ginecomastia. - Olanzapina causa menos efeitos extrapiramidais, porém causa mais sedação e ganho de peso.-
 Antipsicóticos de alta potencia típicos, como Haloperidol e Trifluoperazina (Stelazine) são medicamentos seguros e com mais estudos realizados.

PSICOTERAPIA – intervenções psico-sociais e educação familiar,além do suporte dos pais são críticos para o tratamento de crianças com esquizofrenia infantil.
 Psicoterapeutas especialistas nesta área devem estar atentos ao desenvolvimento neuropsicomotor da criança, assim como aos sintomas prodrômicos e sinais indicadores de crise (insônia, agitação psicomotora e ideação e plano suicida).

Os estudos demonstram que o mais adequado tratamento para esquizofrenia infantil é baseado na psicoterapia suportiva combinada à psicofarmacoterapia.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Você sabia que existe uma música chamada "Esquizofrenia"?

A banda "Os Mutantes" gravou, em 1976, uma música com o título "Esquizofrenia". Confira:


Letra da música:

Ah, Ah, Aah.... 
Fica numa volta bem no fundo de sua cabeça 
É só fechar os olhos e olhar com os olhos da mente 
Sinta a presença deles 
Deixe seguir a paz dentro de si 
Uh, mais que maravilha 
Em cada momento a resposta para um velho problema 
Não tente lutar, deixe os pensamentos da guerra 
Veja se é feliz e se não for você tem que mudar 
Faz o que escutar, não, não, não 
Isso é muita loucura 
Quem sabe é a tal da esquizofrenia 
Quanta coisa estranha eu guardo dentro dos órgãos 
Você agora está no fundo de 
Você agora está no fundo de 
Você agora está no fundo de nós!

Link: http://www.vagalume.com.br/os-mutantes/esquizofrenia.html

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Como minimizar os sintomas da esquizofrenia (guia)

Minimize Symptoms of Schizophrenia Step 9


O site pt.wikihow.com é um site especializado em guias de todos os tipos, e ensina como fazer muitas coisas. Aqui está o link de um guia muito útil chamado "Como minimizar os sintomas da esquizofrenia" em 3 partes:

- Aliviando os sintomas em casa;
- Procurando tratamento profissional;
- Reconhecendo os sintomas da esquizofrenia.

Clique aqui para ver o guia completo: http://pt.wikihow.com/Minimizar-os-Sintomas-de-Esquizofrenia

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A desconstrução da lógica manicomial – construindo alternativas (palestra)

Segue vídeo da palestra “A desconstrução da lógica manicomial – construindo alternativas”, realizada pelo psiquiatra italiano Ernesto Venturini, durante evento promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Novo estudo relaciona tabagismo à esquizofrenia



Estudo publicado este mês na revista The Lancet Pyschiatry sugere que fumar tabaco pode ser um fator modesto de causa ou predisposição para a psicose. Ao completar uma meta-análise de 61 estudos, cientistas descobriram que 57% das pessoas que foram diagnosticadas pela primeira vez com psicose eram fumantes. A associação entre a psicose e o tabaco já vem sendo observada por um longo tempo. Só na Inglaterra, 42% dos cigarros são consumidos por pessoas com problemas de saúde mental e, nos Estados Unidos, 80% das pessoas com esquizofrenia fumam, em comparação com uma média nacional de 20%.

Considerava-se que pessoas portadoras de esquizofrenia são mais propensas a fumar para aliviar um pouco o sofrimento causado pela doença, mitigando alguns sintomas tais como dificuldade de raciocínio, e combatendo também os efeitos colaterais dos medicamentos antipsicóticos – com um efeito de automedicação.

“Estes resultados põem em cheque a hipótese de automedicação, sugerindo que o tabagismo pode ter um papel causal na psicose”, disse um porta-voz do King College de Londres, onde foi realizado o estudo. “Os pesquisadores descobriram que os fumantes diários desenvolveram a doença psicótica em torno de um ano antes do que os não-fumantes”, completou.
Esquizo e tabaco

Acredita-se que um excesso de dopamina no cérebro seja a melhor explicação de psicoses como a esquizofrenia, uma vez que o excesso dessa substância na parte frontal do cérebro pode causar delírios e alucinações. Esta teoria é apoiada por evidências de que drogas bloqueadoras da dopamina ajudam a amenizar esses sintomas, enquanto que drogas que aumentam a liberação de dopamina pode agravá-los. A nicotina, por sua vez, faz com que o cérebro libere mais dopamina.

Segundo o Dr. Michael Owen, da Universidade de Cardiff, o desenvolvimento da doença mental é um processo complexo e separar os diferentes fatores que podem contribuir é uma tarefa muito difícil. Os pesquisadores ressaltam que, embora possa haver tal relação causal, os resultados não são conclusivos e mais pesquisas precisam ser feitas.

“Este novo estudo combina dados científicos publicados anteriormente em uma análise estatística que aponta que fumar parece aumentar modestamente o risco de desenvolver esquizofrenia mais tarde na vida”, diz Michael Bloomfield, professor clínico em psiquiatria da University College London.”No entanto, mais pesquisas são necessárias antes que os cientistas possam afirmar com certeza que fumar definitivamente aumenta o risco de esquizofrenia, uma vez que é possível que as pessoas que desenvolvem a esquizofrenia sejam mais propensas a começar a fumar”, completou.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Inflamação no cérebro x Esquizofrenia

inflamação nos neurônios

A esquizofrenia é uma doença mental potencialmente debilitante que afeta cerca de um em cada cem indivíduos, segundo as estatísticas. A palavra “esquizofrenia” é na verdade um termo genérico para uma complexa gama de diferentes doenças neurológicas com uma série de sintomas, o que às vezes dificulta sua detecção nas primeiras fases da doença. Um novo estudo, publicado no American Journal of Psychiatry, revelou que um tipo de célula do sistema imunológico fica mais ativa nos cérebros de pessoas que têm risco de sofrer com a esquizofrenia. Isso poderia ajudar os médicos na detecção precoce da doença.

Neste estudo conduzido pelo Centro de Ciências Clínicas do Medical Research Council (MRC), no Imperial College de Londres, foram utilizados exames de imagem do cérebro para rastrear um tipo de célula chamada microglia, que responde a danos e infecção ao facilitar o processo de inflamação. Estas células também iniciam e podem controlar um processo neurológico chamado de “poda sináptica”, em que as ligações entre as células cerebrais são rearranjadas para melhorar as ligações eletroquímicas totais dentro do cérebro. Pense nisso como a poda de uma planta da casa: algumas conexões são removidas a fim de que outras possam se fortalecer.

A microglia já foi previamente ligada à doença de Alzheimer, depressão e esquizofrenia, com uma teoria que sugere que erros na forma como a poda sináptica é realizada acarreta em ligações desordenadas e fracas e, por conseguinte, estes tipos de distúrbios neurológicos.

O diagnóstico da esquizofrenia é difícil, tanto que existem duas categorias de sintomas. Alguns são “positivos” – os sintomas como alucinações e delírios que são encontrados somente com aqueles que sofrem de transtorno. Outros são “negativos” – sintomas que representam mudanças mais sutis no comportamento de uma pessoa, tais como a falta de capacidade de resposta emocional. Os sintomas negativos aparecem frequentemente muitos anos antes do aparecimento de quaisquer sintomas positivos, mas, em muitos casos, os sintomas negativos são indicativos de uma outra desordem mental.

Os pesquisadores utilizaram uma amostra de 56 pessoas que foram examinadas com tomografia por emissão de pósitrons (PET). Destes, 14 foram considerados como tendo um alto risco de ansiedade, apresentando uma gama de sintomas negativos e alguns sintomas positivos, tais como pensamentos delirantes. Outros 14 tinham sido diagnosticados com esquizofrenia, os quais foram mostrando fortes sintomas positivos. O resto eram indivíduos neurologicamente saudáveis e atuaram como o grupo de controle do estudo.

Os pesquisadores descobriram que quanto mais ativa era a microglia, mais graves eram os sintomas da esquizofrenia. Dr. Oliver Howes, chefe do grupo de imagem psiquiátrico no Clinical Sciences Centre do MRC, relata que “este é um estudo promissor, já que sugere que a inflamação pode levar à esquizofrenia e outros transtornos psicóticos. Vamos agora testar se os tratamentos anti-inflamatórios podem ter como alvo essas células.”

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Estudo revela novos fatores que podem levar à esquizofrenia

post 11

A esquizofrenia (nome proveniente da junção de dois radicais gregos que significam “dividir em dois” e “mente”), ou seja, “mente dividida ou fragmentada”, é um problema de saúde mental de longo prazo com uma série de sintomas que variam entre o pensamento e fala desorganizada até alucinações auditivas e visuais. As causas aparentemente dependem de uma combinação de fatores físicos, psicológicos, ambientais e genéticos. Porém, em estudo publicado na revista Nature Neuroscience, pesquisadores da Universidade de Duke (EUA) relacionaram três possíveis fatores para a causa da esquizofrenia que anteriormente não estavam relacionados.

Os pesquisadores decidiram pesquisar como um gene, no caso o Arp2/3, contribuía para a formação de transtornos mentais. Eles escolheram este gene em particular por ser conhecido pela sua importância na regulação de sinapses (ligações entre os neurônios) e também por já ter sido associado a vários problemas de saúde mental. Os pesquisadores então resolveram suprimir este gene em camundongos e descobriram que os ratos geneticamente modificados apresentaram um comportamento semelhante à esquizofrenia. Além disso, como os seres humanos, os animais pioraram ao longo do tempo, mas reagiam bem quando lhes eram administrado um medicamento anti-psicótico.

Quando a equipe – liderada por Scott Soderling – investigou se havia quaisquer alterações físicas ou químicas no cérebro ligadas aos comportamentos observados nos ratos que não possuíam o gene Arp2/3, eles descobriram três anomalias cerebrais – originalmente consideradas como não associadas – que também aparecem em humanos com esquizofrenia.

Primeiramente, eles descobriram que as células do cérebro da área frontal – região responsável pelo planejamento e tomada de decisão – tinham menos “espinhas dendríticas” do que normal. Estas são os ramos que ajudam os neurônios a se ligarem entre si. À medida que os ratos envelheciam, eles perdiam mais e mais essas espinhas. Isto é conhecido como a “teoria da poda sináptica”.


De maneira consistente com o que ocorre com as pessoas que sofrem de esquizofrenia, eles descobriram também que os ratos sem o gene Arp2/3 também tinham neurônios hiperativos na mesma região frontal do cérebro. Era originalmente considerado que os neurônios hiperativos eram incompatíveis com a “teoria da poda sináptica”.

Os pesquisadores comprovaram, por fim, que os neurônios hiperativos na região frontal dos cérebros dos ratos modificados geneticamente despejavam grandes quantidades de dopamina. O excesso de dopamina no cérebro desempenha um papel relevante na esquizofrenia, segundo estudos.

– A parte mais interessante  foi quando todas as peças do quebra-cabeça se juntaram – , explicou Soderling, autor principal da pesquisa.  – Quando o Dr. Kim e eu finalmente percebemos que estes três fenótipos exteriormente não relacionados – teoria da poda sináptica, os neurônios hiperativos e o excesso de dopamina – eram funcionalmente inter-relacionados uns com os outros, isso foi realmente surpreendente e também muito emocionante para nós – ressaltou.

Esta nova visão sobre a base molecular da esquizofrenia oferece esperança para novos tratamentos que são mais direcionados para as causas subjacentes da doença, ao invés de tratar apenas os sintomas.